15 de janeiro de 2009

COMENTÁRIOS SOBRE A SECA

O aspecto agressivo da vegetação contrasta com o colorido diversificado das flores emergentes no período das chuvas, cujo índice pluviométrico varia entre 300 e 800 milímetros anualmente. Quando chega o mês de agosto, parece que a natureza morreu. Não se vêem nuvens no céu, a umidade do ar é mínima, a água chega a evaporar 7mm por dia e a temperatura do solo pode atingir 60°C. As folhas da maioria das árvores já caíram e assim, o gado e os animais nativos, como a ema, o preá, o mocó e o camaleão, começam a emagrecer. As únicas cores vivas estão nas flores douradas do cajueiro, nos cactus e juazeiros. A maioria dos rios pára de correr e as lagoas começam a secar. A ocorrência de secas estacionais e periódicas (a estiagem pode durar de sete a nove meses) estabelece regimes intermitentes aos rios e deixa a vegetação sem folhas. Pequenos ramos finos, casca fina, cor esbranquiçada, deixam o sol bater forte no solo. As folhas que caem são consumidas pelo calor sem formar manta florestal.
O solo, de tonalidade clara, fica desprotegido e trinca, racha. As secas são cíclicas e prolongadas, interferindo na maneira decisiva na vida do sertanejo – nome pelo qual é conhecido o típico habitante da Caatinga. Elas prejudicam bastante a produção agrícola e a pecuária, as bases da economia local. Mesmo quando chove, o solo pedregoso não consegue armazenar a água que cai e a temperatura elevada (médias entre 25°C e 29°C) provoca intensa evaporação. Na longa estiagem os sertões são, muitas vezes, semidesertos que, apesar do tempo nublado, não costumam receber chuva. A folhagem das plantas volta a brotar e fica verde nos curtos períodos de chuva (o inverno é uma estação de chuva irregular. Três a cinco meses de verde, ás vezes inundação). A paisagem muda muito rapidamente. As árvores cobrem-se de folhas e o solo fica forrado de pequenas plantas. A fauna volta a engordar.

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